ADMEP
Assembleia de Deus
Ministério Estudando
a Palavra
Departamento de Educação Cristã
TEMA
PERDÃO: LIBERDADE PARA A ALMA
Texto Bíblico Básico
Gênesis 50. 15 – 22
Texto
Áureo
“E, quanto estiverdes
orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que
está nos céus, vos perdoe as vossas ofensas.
(Marcos
11.25)
Objetivos:
Entender - que
apesar de todas as dificuldades que enfrentou, José recebeu de Deus graça e
misericórdia. Este filho de Jacó, que experimentou as prisões humanas, decidiu
não se deixar aprisionar pelas cadeias da amargura;
Compreender - que
perdoar significa abrir as portas do cárcere emocional, sem ressentimentos,
deixando o ofensor livre de supervisões posteriores;
Saber – que
somente pela fé, que nos revela as limitações impostas pela Queda, seremos
capazes de perdoar de fato e em verdade.
Introdução: - O perdão é
uma das coisas mais libertadoras que alguém pode fazer. A falta de perdão é
como uma pedra amarrada na perna de alguém, que a arrasta para o fundo do mar.
Se Deus perdoou os nossos pecados e se nós queremos ser parecidos com Deus, que motivos podemos ter para não perdoar alguém?
Se nós perdoarmos, receberemos perdão, essa é uma verdade que nos deve
motivar. Se realmente compreendemos o que Jesus fez na cruz, o perdão deve
fluir no nosso coração.
Palavra Introdutória: - Muitos
estudiosos consideram os últimos capítulos do Livro de Gênesis (37 – 50) uma das melhores
narrativas literárias do mundo antigo.
Poucos
personagens veterotestamentários são apresentados com tanta clareza quanto
José, e apenas algumas histórias são descritas com tantas minúcias e de maneira
tão interessante quanto esta – talvez só as narrativas acerca de Moisés e Davi
contenham mais informações que as de José.
A história deste filho de Jacó
começa em um ambiente de prosperidade familiar, depois, um extenso período de
desventura e desintegração é apresentado aos leitores, até que, em um dado
momento, a restauração do clã acontece, o que resulta em um cenário bastante afortunado,
como o que havia no início da passagem. É preciso destacar, todavia, que um
elemento conecta o primeiro cenário ao último: O Perdão – este é, verdadeiramente, o agente capaz de
libertar-nos daquilo (ou daquele) que nos sequestrou a alma.
I.
A
ARTE DE TRANSFORMAR TRAGÉDIA EM BÊNÇÃO
José era filho de Jacó com sua amada Raquel, e
a preferência de seu pai gerou ciúmes e ódio de seus irmãos que planejaram
matá-lo; porém, salvo por Rubem, foi vendido para o Egito, onde serviu na casa
de um alto oficial.
Foi assediado, mas fugiu, sendo por ela acusado e preso. Na prisão ganhou simpatia do carcereiro, e interpretou sonhos de outros presos. Depois acabou interpretando os sonhos de Faraó, que previa uma grande fartura de alimento por 7 anos e depois 7 anos de seca e fome em todo mundo.
Ao apresentar soluções para o
problema, José foi eleito governador do Egito e ali usado para preservar a vida
de seu povo e dos demais povos. José é visto como símbolo de uma vida abençoada
e próspera. Vemos José como um vocacionado para transformar tragédias em
bênçãos.
Talvez o deserto onde você se encontra, seja uma forma de Deus
te fazer aprender, crescer, depender dEle!
1) Caminhos percorridos por José:
a) Da casa do pai à cisterna. - José num
dia estava no seio de sua família, cercado de cuidados e conforto, sentindo-se
totalmente seguro; no dia seguinte estava jogado numa cisterna fria, escura, na
expectativa da morte. (Gn 37. 3, 24, 25, 28).
b) Da cisterna ao mercado de escravos. - Da cisterna
José foi levado à escravidão. Antes era livre, agora escravo, porém, a morte na
cisterna dera lugar a possibilidade de vida, ainda que como escravo. Melhor ser
escravo do que defunto. (Gn 37. 36)
c) Do
mercado de escravos ao serviço na casa de Potifar. - Antes, José
era servido em sua casa, agora servia a outros; porém encontrou um patrão que o
apreciava. (Gn 37. 36)
d) Do
escravo livre ao prisioneiro. - Parecia que a vida de
José havia dado uma pequena melhora, mas agora piorava tudo de novo, pois ele
estava preso, acusado de traição a seu senhor por assédio sexual. (Gn 39. 7 – 20).
e) De
prisioneiro à governador. - No entanto, na
expectativa da condenação, José teve sua vida completamente mudada, assumindo o
cargo de governador no Egito. (Gn 39. 1 - 6).
2) A benção na vida de José apesar pesar
das dificuldades:
- Sua vida fora marcada pela dureza,
mais do que facilidades, no entanto, uma vida marcada pelas bênçãos de Deus.
a)
Foi abençoado na casa de seus pais. - Apesar do ódio e do ciúme de seus irmãos, José
foi abençoado. O amor preferencial de seu pai acabou prejudicando o filho e
toda a família. (Gn 37.6 - 9.
b)
Foi abençoado na cisterna. - José tinha diante de si uma sentença de morte,
mas teve a bênção de ser livre graças a consciência de seu irmão Rubem. (Gn 37.20
-22).
c)
Foi abençoado como escravo. - José foi vendido no melhor mercado de escravo
do mundo e comprado por um alto oficial de Faraó. ( Gn 37. 28, 36 e 39. 1).
d)
Foi abençoado como mordomo. - Apesar de sofrer o assédio da patroa, José não
se corrompeu. (Gn 39. 2 – 6).
e)
Foi abençoado como preso. - Apesar dos anos frios e escuros do cárcere, foi
abençoado. (Gn 39.21 – 23).
f)
Foi abençoado como homem de Deus. - José podia ver o futuro, pois sua visão ia além
dos problemas pelos quais passava. (Gn 41. 11, 15 – 16).
g) Foi abençoado como governador. - Apesar dos tempos de crise, José foi abençoado na administração da maior potência econômica de sua época. (Gn 41. 40).
3) Perdão: uma insígnia do servo –
Perdão: José perdoou seus irmãos. - Uma pessoa abençoada não pode
guardar rancor, amargura e nem anseia por vingança. (Gn 45. 4, 5).
O sonhador que experimentara as
prisões humanas decide não se deixar aprisionar pelas cadeias emocionais, e
perdoa (Gn 45. 5 – 46. 30).
II.
AFINAL, O QUE É O PERDÃO? – Perdão: (Substantivo Masculino)
a) O Perdão é um processo mental ou espiritual de
cessar o sentimento de ressentimento ou raiva contra
outra pessoa ou contra si mesmo, decorrente de uma ofensa percebida,
diferenças, erros ou fracassos, ou cessar a exigência de castigo ou
restituição.
É normalmente concedido sem qualquer expectativa de
compensação, e pode ocorrer sem que o perdoado tome conhecimento (por exemplo,
uma pessoa pode perdoar outra pessoa que está morta ou que não se vê há muito
tempo). Em outros casos, o perdão pode vir através da oferta de alguma forma de
desculpa ou restituição, ou mesmo um justo pedido de perdão, dirigido ao
ofendido, por acreditar que ele é capaz de perdoar.
b) O Perdão é o
esquecimento completo e absoluto das ofensas, e vem do coração: é sincero,
generoso e não fere o amor próprio do ofensor. Não impõe condições humilhantes,
tampouco é motivado por orgulho ou ostentação. O verdadeiro perdão se reconhece
pelos atos e não pelas palavras.
c)
Remissão de pena ou
de ofensa ou de dívida; desculpa, indulto.
d) Ato pelo qual uma
pessoa é desobrigada de cumprir o que era de seu dever ou obrigação por quem
competia exigi-lo.
e) O Pregador e
escritor inglês Thomas Watson, no século 17, em seu livro intitulado “Body of
divinity” (port. Corpo da divindade), trouxe-nos uma oportuna
perspectiva a respeito do perdão. Disse ele: Perdoamos quando lutamos contra
todos os pensamentos de revanche (Rm 12. 9). Quando não pagamos o mal dos nosso
inimigos com o mal (I Ts 5. 15) e choramos as suas calamidades (Pv 24. 17, 18).
Oramos por eles (Lc 6 .27, 28; Mt 5. 44). Buscamos reconhciliação com eles (Rm
12. 18) e nos mostramos em todas as ocasiões, prontos para aliviar suas culpas
(Êx 23. 4).
f) Perdoar significa
abrir as portas do cárcere emocional, sem ressentimentos, deixando o ofensor
livre de supervisões posteriores. Apenas quem reconhece que é perdoado, todo
dia, enxerga nisto uma graça, um favor imerecido!
2.1.
O que o perdão não é:
O que não é Perdão:
a) Você libera o
“perdão”, mas coloca o outro em posição inferior o resto da vida e a pessoa
fica em dívida com você.
Nesse caso você libera perdão verbalmente, mas age
como se o problema não tivesse sido resolvido e esquecido e as pessoas
envolvidas no problema, tornam-se escravas umas das outras.
b) Quando é um perdão
unilateral, ou seja, apenas uma das pessoas libera o perdão; você fica amarrada
a ela;
Todos nós temos pontos que expressam fraquezas, a
nossa alma não está imune a ofensas ou de ser atingida por alguém, não existe
alguém que seja blindado contra ofensas. Todos nós somos passíveis de sermos
ofendidos e precisamos aprender a confessar a ofensa e receber o perdão. Não é
colocando uma pedra em cima que o problema será resolvido, tomar tal atitude só
piora as coisas e as feridas da alma começam a atingir o corpo.
De tanto as pessoas se machucarem, muitas delas
tentam criar uma armadura para não ser mais atingidas, muitas vezes essa armadura
se chama indiferença, entretanto por trás dessa armadura há um coração frágil e
a alma está doente.
c) Não é perdão se não
houver “esquecimento”, não deve ser algo maquiado pelo orgulho; podemos
lembrar, mas sem ressentimentos.
Assim como Deus lança os nossos pecados e falhas no
mar do esquecimento, precisamos perdoar e esquecer o que fizeram a nós,
esquecer aquilo que nos ofendeu. Liberar perdão é uma decisão, as se o próprio
Deus já perdoou, quem somos nós para não perdoar, se o próprio Deus esquece das
nossas ofensas, quem somos nós para querer manter essas lembranças vivas em
nós?
Deus nos perdoa, mas também nos mostra onde temos
falhado e é por isso que devemos conversar e consertar as coisas perdoando,
sendo perdoado e esquecendo.
Pelas nossas forças não conseguimos perdoar ninguém,
até porque a nossa carne clama alto por vingança, mas devemos pedir ajuda do
Espírito Santo e orar pelas pessoas que nos ofenderam, pois quando
passamos a orar por elas continuamente o nosso sentimento por elas mudará e
passaremos a amá-las.
d)
Não é perdão se não
envolver “sentimento”;
Todos passamos por decepções entre outras situações
que nos machucam, e precisamos admitir que estamos sujeitos a isso, quando nos
machucamos, a tendência é nos afastarmos das pessoas, pois só somos ofendidos
ou atingidos por pessoas com quem temos relacionamentos, as pessoas são tão
falhas quanto nós e temos o direito de ficar chateados, mas não podemos
permanecer por muito tempo assim, precisamos exercer o verdadeiro perdão e
colocar em prática o amor.
O contrário do amor não é o ódio, é a indiferença, o
desprezo, não há sentimento pior do que o desprezo é ruim ser desprezado por
alguém e isso acontece quando não há o verdadeiro perdão.
É Melhor viver junto com pessoas que vivem
discutindo do que pessoas que nunca conversam sobre o que está acontecendo.
e)
Não é perdão quando
não restaura o relacionamento;
Não necessariamente o relacionamento precisa voltar
a ser o mesmo que era antes, mas também não deve haver um rompimento total do
relacionamento.
f)
Não é perdão se é
liberado apenas uma só vez;
Precisamos ser tolerantes, assim como Deus nos
perdoa inúmeras vezes e não deixa de nos amar independentemente das falhas que
constantemente cometemos, nós precisamos agir de tal maneira, precisamos perdoar
quantas vezes for necessário e aprender a amar apesar dos defeitos.
2.2. O caminho
do perdão – Apesar
de as feridas do coração serem cavadas e lidas de diferentes maneiras, O Mestre
revelou os passos comuns que podem conduzir os escritores das mais diversas
histórias ao perdão (Lc 17. 3):
a) Prudência –
Muitos dos que decidem resolver
conflitos criam outros ainda maiores, provocando feridas de morte (I Co 4. 5);
b) Enfrentamento – O enfrentamento da dor deve ter como tônica a
brandura e o desejo sincero de dar o próximo passo: Perdoar (Rm 12. 19 – 21);
c) Perdão – Somos confrontados com o maior dos desafios: amar
o próximo tão profunda e densamente a ponto de liberá-lo da ofensa sempre que
houver transformação de consciência. –
Até “Setenta vezes Sete”. O quando o Mestre proferiu esta sentença. Ele
pretendia fazer-nos compreender que nossa capacidade de perdoar não pode ser
limitada por circunstancias, tempos ou
estações. (Mt 18. 21, 22).
III.
PERDÃO,
O LIBERTADOR DA ALMA
As
feridas provocadas – conscientes ou inconscientemente – por aqueles que nos
cercam em afetos, talvez, sejam as mais difíceis de serem curadas; afinal, não
pensamos em nos esquivar ou em como nos defender da mão que nos afaga – o ninho
que obriga não deveria ser o lugar em que se esconde a peçonha que mata. Nesse
espaço cabe todo tipo de dor: a traição de um cônjuge; a omissão paterna (ou
materna); a ingratidão de um filho ou a deslealdade de um parente, enfim!
Apenas
pela fé, que nos revela as limitações importas pela Queda; que nos tira da ilusão
do “eu não seria capaz de...”; que nos traz à memória o perdão oferecido por
Cristo (quando não merecíamos nada), somos capazes de perdoar.
a)
Perdão na Família –
Antes de passar a limpo o passado, José ofereceu as
seus irmãos o aconchego de seus braços (Gn 45. 1 – 15). Eis uma grande lição:
abraços sinceros desnudam a vontade do coração. O filho de Jacó deixou a força
do passado morrer no seu colo. Rendido à grandiosidade do amor e à magnitude da
graça, ele estava mais preocupado em ter sua família por perto do que provar
que tinha razão.
§
Gn 50. 15 – 21: - Mostra o Perdão verdadeiro de José para
com os seus irmãos. Agora que Jacó (ou Israel) estava morto, os irmãos
temiam a vingança de José. Poderia José realmente tê-los perdoado por ter sido vendido por eles como
escravo? José não somente os perdoara mas também lhes assegurou que cuidaria
deles e de suas famílias. O perdão de José foi completo. Ele demonstrou como
Deus graciosamente nos aceita, embora não mereçamos. Porque Deus nos perdoa até
quando nós o ignoramos ou rejeitamos, deveríamos graciosamente perdoar os
outros.
§
Gn 50. 20: - Deus tornou em bem a má atitude dos irmãos de José,
a falsa acusação da esposa de Potifar, a negligência do capitão da guarda e os
sete anos de escassez. As experiências da vida de José ensinaram-lhe que Deus pode transformar
o mal em bem para aqueles que nele confiam.
Você confia em Deus o suficiente para esperar com paciência que Ele
transforme em bem as situações ruins? Você pode confiar nEle porque, como José aprendeu, Deus
prevalece sobre as más intenções das pessoas para realizar os seus propósitos.
b) Humildade e
reconhecimento da fragilidade humana –
Um dos mais árduos desafios humanos - no que diz respeito a encarar os próprios
erros -, muito possivelmente, está relacionado à capacidade (ou à dificuldade)
que cada um tem de aceitar a si mesmo com suas falhas e limitações. Os que se
negam a reconhecer seus equívocos elementares denunciam, com tal prática,
soberba e orgulho (Pv 16. 18).
A energia que se demanda no processo da
autoaceitação deve ser direcionada para o perdão de Deus e para uma estreita
dependência do Espírito Santo; pois o homem, destituído de Sua graça e de Sua
poderosa intervenção, poderá cometer, no futuro, erros de dimensões ainda maiores.
Conclusão:
- Lembremo-nos, pois, de que o perdão traz-nos
a inusitada proposta de reorganizar o caos psíquico e espiritual, capacitando-nos,
inclusive, a conviver com aquilo que jamais voltará a ser como foi outrora.
v Para isso
devemos lembrar de alguns de seus princípios:
§ Não assuma dificuldades familiares como irreversíveis.
§ Não aceite o ódio como fatal.
§ Não caia em túneis sem fim. Se você cair na cisterna da
depressão, da angústia, da ansiedade, da frustração, da derrota – saiba que
sempre há um modo de sair.
§ Não admita a existência de problemas perpétuos. Mesmo que você
não esteja na posição que desejaria ocupar, ou fazendo aquilo que gostaria de fazer,
encare o que lhe aparecer, pois sempre vai aparecer algo para fazer.
§ Não tenha medo de crescer de repente. Peça sabedoria a Deus para
lidar com o sucesso.
§ Não desperdice oportunidades.
§ Não acredite que existam situações imutáveis. As tentações e lutas
vêm na proporção da nossa força, e Deus nos dá a graça de enfrentá-las.
§ Não se assombre diante dos grandes desafios. Só os capazes são
escolhidos e aceitam desafios.
§ Não se esqueça de onde você veio. Lembre-se daqueles que
colaboraram para seu sucesso com gratidão e misericórdia.
Que o Senhor nos ajude a viver em União, Uns com os Outros,
nos perdoando Sempre e Sempre!!!
Fonte:
http://www.opregadorfiel.com.br/2010/08/jose-vocacao-para-transformar-tragedias.html
http://estudosbiblicos-online.blogspot.com.br/2013/01/tragedia-ou-bencao.html
Bíblia
de Estudo - Aplicação Pessoal
Bíblia
de Estudo – Pentecostal
REVISTA DA EDITORA GOSPEL
Lições
da Palavra de Deus – Família Cristã no Mundo Contemporâneo – Desafios e Reflexões.
Comentarista:
Pr. Josué Gonçalves
Pra. Maria Valda
Professora
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