LIÇÃO 05
ADMEP –
Assembleia de Deus Ministério Estudando a Palavra
EBD - ESCOLA
BÍBLICA DOMINICAL
DEPARTAMENTO DE
EDUCAÇÃO CRISTÃ
APOSTASIA,
FIDELIDADE E DILIGÊNCIA NO MINISTÉRIO
02 de Agosto de 2015
TEXTO ÁUREO
“Mas o Espirito
expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando
ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios.”
(I
Timóteo 4. 1)
VERDADE PRÁTICA
A apostasia e a
infidelidade a Deus são características marcantes dos tempos do fim.
Leitura Bíblica
em Classe:
I Timóteo 4. 1,
2, 5 – 8; 12, 16.
Objetivo Geral:
Mostrar que a
apostasia e a infidelidade a Deus são características do tempo do fim.
Objetivos Específicos:
ü
Tratar a
respeito da apostasia.
ü
Compreender que
o bom ministro deve ser fiel ao Senhor.
ü
Refletir a respeito da diligência no
ministério.
Introdução: - Na lição de hoje estudaremos a respeito da apostasia, fidelidade e diligência no
ministério cristão. O termo apostasia vem do grego apostásis e significa o “abandono
premeditado e consciente da fé cristã.” Nesta lição vamos enfatizar o
cuidado que os líderes (Pastores) devem ter com os falsos mestres a fim de que
não destruam o rebanho do Senhor. Timóteo foi enviado à igreja de Éfeso para
combater os falsos mestres e suas heresias e é exortado por Paulo para que
realize a sua missão com excelência.
I.
A APOSTASIA DOS HOMENS
Paulo
advertia a Timóteo, para que o mesmo doutrinasse a igreja em Éfeso, acerca dos
últimos tempos, em que a apostasia se tornaria uma realidade no seio de igrejas
cristãs (I Tm 4.1). Dois pontos sugerem que o Espírito fala expressamente.
Primeiro, o que Paulo vai dizer é certamente
concedido a ele por divina revelação. Mas pode significar também que é expressamente ensinado por meio
das Escrituras, em especial no NT,
que os últimos tempos serão
caracterizados pelo abandono da fé.
Alguns apostatarão da fé. - A palavra alguns é característica de I
Timóteo. O que era minoria nessa epístola parece se tornar maioria em II
Timóteo. O fato de essas pessoas terem apostatado ou abandonado a fé não significa que elas eram
salvas, mas simplesmente que tinham professado ser cristãs. Porque
ninguém que realmente conhece a Palavra de Deus, JAMAIS abandona a FÉ.
Dificilmente
alguém pode ler isso sem pensar nos cultos que surgem nos dias atuais. A forma
pela qual esses falsos sistemas se difundiram é descrita aqui de forma precisa.
A maioria é constituída de pessoas que antes faziam parte de supostas igrejas cristãs. Talvez um dia
essas igrejas tivessem sido sãs na fé,
mas desgarraram-se e caíram no evangelho
social. Os mestres dos cultos chegaram oferecendo uma mensagem mais “positiva”,
e esses cristãos professos deixaram-se seduzir.
1) Conceito:
– apostasia (gr.
apóstasis) significa “desvio”, “afastamento”, “abandono”. Tem o sentido também de “revolta”, “rebelião”, no
sentido religioso. Numa definição clara, apostasia quer dizer “abandonar da fé”. No original do Novo
Testamento apostasia, do vem do verbo aphistemi,
com o sentido de “rejeitar uma posição anterior, aderindo a
posição diferente e contraditória à primeira fé, repelindo-a em forma de nova
crença”. Nos últimos anos, esse comportamento tem sido mais observado
do que em tempos passados. É impressionantes como líderes, outrora ortodoxos,
hoje apregoam ideias opostas àquele ensinamento que defendiam.
2) Doutrinas
de demônios (v. 1).
Paulo identificou,
explicitamente, a fonte das doutrinas dos falsos mestres como demoníacas.
Parte da obra dos espíritos maus é levar pessoas a crerem em mentiras (At 5.3),
a se apegarem à sabedoria mundana (Tg 3. 13 – 16) e a aceitar doutrinas
errôneas como verdadeiras (2 Co 11. 14; I Tm 4. 1 – 5).
3) Espíritos
enganadores.
– “Espíritos enganadores” é uma
expressão usada em linguagem figurada para descrever os “falsos mestres,” tomados por maus espíritos, que enganam os menos
cautelosos. Ensinos de demônios
não significam ensinamento sobre demônios, mas doutrinas inspiradas por demônios,
ou que têm sua fonte no mundo demoníaco. (II Tm 3. 1 - 13; Hb 3. 12; II Tm 4. 3, 4; I Tm 1. 7).
4) A palavra hipocrisia sugere “usos de máscara”. Isso é típico dos
falsos cultistas que tentam esconder sua verdadeira identidade. Eles não querem
que as pessoas saibam do sistema que os identifica. Assim, se disfarçam usando
termos bíblicos e cantando hinos cristãos. Além de hipócritas, são também mentirosos.
O ensino deles não está de acordo com a Palavra de Deus. Eles sabem disso e, de
propósito, enganam as pessoas. (I Tm 4. 2).
II. A FIDELIDADE DOS MINISTROS:
- (vv.
6 – 10)
Todos os líderes espirituais têm pelo menos duas obrigações.
Primeira, eles devem enfrentar aqueles que, de algum modo, se desviam da fé (I
Tm 4. 1 – 6). Segundo, eles devem ter uma disciplina tal em sua vida, para que
sejam reconhecidos como pessoas piedosas (I Tm 4. 7 – 16). Quando os líderes
observam essas duas obrigações, eles estão exercitando a Lei Base Sólida e
conquistando a confiança da Igreja.
1) “Bom
Ministro de Jesus Cristo” (v. 6). Timóteo
deveria dar instruções ao rebanho do Senhor, agindo como um “bom
ministro de Cristo”. Segundo o Comentário
Bíblico Beacon,” a palavra grega traduzida por ministro (diáconos) é a
mesma palavra traduzida por “diáconos”
em 3. 8”. O bom ministro é aquele que serve
a Igreja, exortando, ensinando e
discipulando suas ovelhas. Pois todo o crente precisa estar firmado na fé e
na doutrina cristã (v. 6b). O bom ministro zela pela vida espiritual do rebanho
do Senhor. O pastor precisa ser um estudioso da Bíblia a fim de “conhecer a sabedoria e a instrução”
para entender as palavras da prudência (Pv 1. 2). O estudo das Escrituras
conduz o pastor e as ovelhas à sabedoria, em todos os aspectos da vida.
2) Rejeitando
as fábulas profanas. - “Mas rejeita as fábulas e de velhas e
exercita-te a ti mesmo em piedade” (4.7). Essa advertência já houvera sido
dada no primeiro capítulo da epístola a Timóteo (1.4). Como visto, as “fábulas profanas” seriam ensinamentos
fantasiosos, místicos, muito utilizados pelos gnósticos e judaizantes, para
impressionar os crentes. Seriam
profanas, porque configurariam ensinos
humanos, fundados em vários materiais, que se opunham aos sagrados ensinos,
emanados da Palavra de Deus, sob inspiração do Espírito Santo. A expressão “de velhas” aludiam a “conversas
de velhas, expressão sarcástica muitas vezes empregada em polêmicas
filosóficas, que compara a oposição de um oponente aos fuxicos perpetrados por
mulheres mais idosas daquelas culturas, quando se assentavam em rodas tecendo,
ou fazendo outras tarefas”. Em nossa cultura, certamente, equivaleria a
conversas tagarelas de pessoas fofoqueiras.
Quando os crentes não são orientados a lerem a Bíblia, nem tampouco a estudarem
quase sempre se portam como meninos
espirituais. Daí porque
há tanto emocionalismo e modismo nos cultos. Tais pessoas, por não conhecerem a
Palavra e não estarem firmados nela, acabam sendo levadas por todo vento de
doutrinas e engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente (Ef 4.
14).
3) O
exercício físico e a piedade. (v. 8). São contrastados aqui dois tipos
de exercício. O exercício físico tem algum valor para o corpo, mas é limitado e de
curta duração. A piedade, por outro
lado, é boa para o espírito, a alma e o corpo do homem, e não é apenas por um
tempo, mas para toda a eternidade.
Entendemos que piedade, ou (gr. eusebeia), significa a vida de santidade
do cristão; a vida devocional, que inclui as orações, a leitura da Palavra de
Deus, de modo sistemático, a adoração a Deus, de forma constante; a maneira de
viver e conviver com as pessoas, zelando pelo bom testemunho cristão, tudo isso
é piedade. Sabemos que o nosso corpo
é templo do Espírito Santo, por isso, precisa ser bem cuidado (I Co 6. 19).
III. A DILIGÊNCIA DO MINISTRO
(vv
11 -16; cf. 5. 4 – 16).
O ministro de Deus deve ser esforçado quanto ao aprendizado da
Palavra de Deus.
1) O
ensino prescritivo. – “Manda estas coisas e ensina-as” (v. 11).
Era estas determinação de Paulo a Timóteo, para que ele não fraquejasse na
ministração da doutrina à igreja em Éfeso, visto que as heresias estavam se
espalhando com certa facilidade. A exortação de Paulo é de grande valor para os
dias atuais, em que, em muitas igrejas, já um desprezo pela Palavra de Deus.
2) O
exemplo dos fiéis (v. 12.) – Timóteo
era um jovem pastor, com cerca de 30 a 35 anos. Em contraste com alguns anciãos
da igreja de Éfeso, ele era jovem. Por isso Paulo disse: “Ninguém despreze a tua mocidade.”
Não significa que Timóteo deveria se colocar em um pedestal e se considerar
imune a críticas. Ao contrário, que deveria evitar motivos para o condenarem. Ser
padrão, ou exemplo (RC) dos fiéis
quer dizer que ele deveria evitar a possibilidade de críticas justificadas.
§
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Ninguém despreze a sua mocidade [...] (I Tm 4.
12). A palavra grega é neotes, que
indica uma pessoa que é adulta, mas abaixo dos 40 anos. No mundo antigo, não
era esperado que uma pessoa com a idade de Timóteo, provavelmente nos seus 30
anos de idade, tivesse obtido o discernimento e a sabedoria requerida para os líderes.
Podemos entender, em virtude do ambiente social, no
qual os pagãos e judeus igualmente esperavam que uma pessoa tivesse entre 40 e
60 anos para ser qualificado a compreender e aconselhar, por que Timóteo, com
30 anos de idade, pode ter estado hesitante em afirmar sua autoridade.
É significativo a apresentação de novos critérios
pelos quais a igreja deve avaliar os seus líderes. O que qualifica uma pessoa
para a responsabilidade de liderança na igreja de Deus não é a idade, mas sim o
caráter.
Timóteo e os líderes devem dar exemplo para os crentes no modo de
falar, na vida, no amor, na fé e na pureza” [RICHARDS,
Laurence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 7. Ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2012 p. 471).
2.1. Na palavra é uma referência à
conversão de Timóteo. Suas palavras deveriam sempre caracterizá-lo como filho
de Deus. Ele deveria não apenas evitar as palavras nitidamente proibidas, mas
também as que não edificam os ouvintes. “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe,
mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a
ouvem” (Ef 4. 29; 4. 31). De fato, um ministro do evangelho não pode ter
linguagem inadequada, debochada, “sem classe”, sem pudor ou demagógica. Devemos
lembrar que o adjetivo “torpe” a que
Paulo recomenda evitar significa “podre” (gr. sapros). Assim, piadas e
palavras inconvenientes não devem fazer parte do vocabulário de um obreiro
cristão.
2.2. No procedimento refere-se ao comportamento como um todo. Nenhuma atitude sua deveria
causar reprovação do nome de Cristo. O relacionamento cristão (o trato) deve
expressar a ética cristã (Mt 7. 12).
2.3. No amor sugere que o amor deve ser o
motivo da conduta, assim como o espírito no qual ele é construído e objetivo
pelo qual ele luta. Ser exemplo no amor não é fácil. Mas é a característica
mais importante do cristão que quer ser discípulo de Jesus. (Jo 13. 34, 35). Esse
amor, no texto original, é ágape.
2.4. No
espírito - (RC e CF) está ausente na maioria das
versões modernas e comentários que acompanham os textos críticos. Entretanto,
aparece na maioria dos textos tradicionais. Guy King declara o fato de que o entusiasmo, em seu entendimento criteriosos
da frase, é uma: “...qualidade estranhamente
ausente no caráter de muitos cristãos. Eles estão cheios de entusiasmo para uma
partida de futebol ou para uma disputa eleitoral, mas não se vê isso no serviço
de DEUS. Como o magnífico entusiasmo dos membros da Ciência Cristã, dos
testemunhas de jeová e dos comunistas deveriam nos deixar envergonhados. Ah,
que saudade do ardente zelo que teve um dia a igreja. Esse estado de espírito ajudaria
imensamente Timóteo a consolidar sua posição e avançar no trabalho.” [King,
A Leader Le, p. 79]. O pastor, não importa a idade que tenha, precisa ter consciência de que
será sempre um exemplo para o seu rebanho, por isso, precisa ter cuidado com
seu modo de falar, agir e até de se vestir. Sem oração, é impossível o obreiro
ser exemplo “no espírito”. (Mt 26.
44).
2.5. Na Fé provavelmente
significa “na fidelidade” e carrega a ideia de dependência e firmeza. A fé
assume vários sentidos na Bíblia.
2.6. Pureza Ser
exemplo na pureza (gr. agneia) é ser puro, “casto”, tanto em termos de ações, atitudes e práticas no seu viver
contínuo. Deveria caracterizar não apenas seus atos, mas também seus motivos. (Hb
12. 14).
3) O
cuidado que o ministro deve ter com o aprendizado. – “Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá (v. 13). Um ministro do evangelho
precisa estar constantemente estudando e aprendendo para que possa exortar,
ensinar a Igreja. Infelizmente, há pastores que NUNCA leram a Bíblia toda. Além
da Bíblia é preciso ler outros livros que vão edificar o pastor e contribuir
para a edificação da Igreja. Há uma ordem definida aqui. Antes de tudo, Paulo
enfatiza a leitura pública da
Palavra de Deus. Isso era especialmente necessário naquela época, já que a
distribuição das Escrituras era muito limitada. Poucas pessoas tinham a cópia
da Palavra. Depois de ler as Escrituras, Timóteo foi orientado a exortar os
crentes, baseando-se no que ele tinha lido e, então, ensinar as grandes
verdades da palavra de Deus. Este versículo nos remete a Neemias 8,
especialmente o versículo 8:
Entretanto,
não devemos deixar de mencionar a ideia das devoções individuais desse versículo.
Antes de Timóteo exortar e ensinar a Palavra de Deus a outros, ele deveria
fazer disso uma realidade na própria vida.
É importante também
ressaltar que neste versículo “ensinar” tem o sentido de instruir
doutrinariamente na verdade. Todavia, para “ensinar”,
o líder precisa gostar de aprender.
Conclusão:
- A apostasia
dos últimos tempos revela-se de modo acentuado no meio evangélico. Temos que
ter cuidado, pois atualmente muitos estão apostatando da fé e se deixando levar
por doutrinas de homens e de demônios. Para combater os falsos ensinos, o
pastor deve conhecer a Palavra de Deus e ensiná-la ao rebanho. O pastor e seus
auxiliares precisam conhecer as doutrinas bíblicas a fim de que possam ensinar
a sã doutrina.
Que o Senhor guarde os ministros e as igrejas dos ataques do
maligno, da apostasia nesses últimos tempos que antecedem a Vinda de Jesus.
f
Pesquisas:
[Bíblia de Estudo Pentecostal, p. 1856].
Comentários Bíblico Popular – Novo Testamento – William MacDonald.
As Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais - CPAD - Elinaldo Renovato de Lima. - Comentarista da Lição.
Elaborada pela,
Professora, Pra. Maria Valda
Pastora, da ADMEP:
Assembleia de Deus Ministério Estudando a Palavra